Alfabetização: o processo de aquisição da linguagem escrita

Para que a aprendizagem da escrita aconteça, existem dois processos que precisam ocorrer simultaneamente: a apropriação do sistema de escrita alfabética e o conhecimento das características da linguagem que se usa para escrever. Por isso, desde o início do trabalho escolar, é importante considerarmos os alunos como escritores plenos, participantes do processo de produção, mesmo que não escrevam convencionalmente.

Aprendemos a escrever, enquanto escrevemos. E para que isso aconteça, precisamos propiciar vivências variadas, a fim de  que os alunos experimentem e entendam a função de cada tipo de texto em suas vidas. Elas precisam formular hipóteses, confrontá-las, pensar na organização, o que representa, para que serve e quem vai ler.

Caracterização das hipóteses linguísticas

Nas sociedades letradas, as crianças estão sempre em contato com a linguagem escrita diversificada no ambiente: revistas, bilhetes, jornais, outdoors, nomes de ruas, placas etc. Esse contato permite que elas pensem, reflitam sobre o funcionamento e características do código linguístico e reconstruam as regras desse sistema complexo. Elas fazem perguntas, deduções e vão aprendendo o significado da escrita.

Um aprendiz elabora esses conhecimentos, passando por diferentes hipóteses provisórias até se apropriar de toda a complexidade do sistema. Essas hipóteses dependem do grau de letramento do ambiente social e das vivências sociais de leitura e de escrita que podem ser presenciados numa comunidade.

Baseando-se nos estudos e pesquisas da “Psicogênese da linguagem escrita”, bem como na prática pedagógica, usamos a seguinte nomenclatura:
– Pré-silábico
– Intermediário I
– Silábico
– Silábico-alfabético
– Alfabético

Nível 1 – Pré-silábico

Desde muito pequenas, as crianças usam lápis e papel para imprimir marcas, imitando a escrita dos mais velhos. No nível pré-silábico, há algumas fases:

1 – Fase pictórica – a criança registra garatujas, desenhos sem figuração e, mais tarde, desenhos com figuração. Normalmente, se ela vive num ambiente urbano, com estimulação linguística e disponibilidade de material gráfico, começa a rabiscar e a experimentar símbolos muito cedo (por volta dos 2 anos). Muitas vezes, ela já utiliza a linearidade, mostrando uma consciência sobre as características da escrita.

2 – Fase gráfica primitiva – ocorre o registro de símbolos, pseudoletras, misturadas com letras e números. Já demonstra linearidade e utiliza o que conhece do meio ambiente para escrever (bolinhas, riscos, pedaços de letras). Nesse momento há um questionamento sobre os sinais escritos. Ela pergunta muito aos adultos sobre as representações que vê em sua comunidade.

 

3- Pré-silábica propriamente dita – a criança começa a diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos e reconhece o papel das letras na escrita. Percebe que elas servem para escrever, mas não sabe como isso ocorre.

Neste momento, a criança apresenta as seguintes concepções:

– Falta de consciência da correspondência entre pensamento e palavra escrita.

– Falta de correspondência entre grafema e fonema. Não há reconhecimento do valor sonoro convencional, isto é, não observa a relação que existe entre o que se fala ou pensa e as letras utilizadas para isso.

– Impressão de que a ordem das letras não é importante. Podem ser quaisquer letras, em qualquer ordem, pois a escrita não é estável. A mesma palavra pode mudar de significado num lugar diferente, porque ela corresponde ao que o sujeito desejou escrever. Por exemplo: a escrita LTUVXJEAX pode significar “girafa”, “macarronada” ou qualquer outra palavra.

– Impressão de que só existe a possibilidade de escrever substantivos, pois eles têm significado. Geralmente a criança não escreve verbos ou artigos.

– Ideia de que a leitura e a escrita só são possíveis se houver muitas letras (sempre mais de três) e letras diferentes e variadas e que as letras ou sílabas não se repetem na mesma palavra. Quando questionada se a palavra SOL pode ser lida, a criança diz que não, porque tem poucas letras. O mesmo ocorre quando se mostra a sequência LALALALA (porque é tudo igual). É comum também a criança dizer que para escrever ELEFANTE, por exemplo, ela precisa de muitas letras, porque “elefante” é grande, e para escrever “formiguinha”, ela precisa de poucas letras, porque “formiga” é pequena.

Nível 2 – Intermediário I

Essa fase caracteriza-se por um conflito. A criança foi provocada a repensar a certeza do nível pré-silábico e fica sem saída, pois não consegue ainda entender a organização do sistema linguístico.
Geralmente há negação da escrita, pois o aluno diz que “não sabe escrever”. É importante que o professor ou adulto apoie e incentive a continuidade da busca de respostas a respeito do funcionamento da escrita.

As características desse nível são:

– Ligação difusa entre pronúncia e escrita. A criança já conhece e usa alguns valores sonoros, além de alguns trechos da palavra. Ao ser solicitada a escrever “elefante”, por exemplo, ela escreve EXTATEUSE. Já é capaz de justificar: começa com E e termina com E;

– Início de uma certa estabilidade exterior das palavras, dependendo da autoridade de alguém que especifica as letras e a sua ordem. A criança sabe, por exemplo, que a palavra ‘Rodrigo’ tem dois erres, mas não sabe onde colocá-los.

Nível 3 – Silábico

Quando a criança chega ao nível silábico, sente-se confiante porque descobre que pode escrever com lógica. Ela conta “os pedaços sonoros”, isto é, as sílabas, e coloca um símbolo (letra) para cada pedaço. Essa noção de que cada sílaba corresponde a uma letra pode acontecer com ou sem valor sonoro convencional. A criança pode, por exemplo, escrever “fita” assim: IA (com valor sonoro) ou LX (sem valor sonoro). Aqui, o aluno acredita que resolveu o problema de escrita, mas a leitura ainda continua problemática, porque os adultos não conseguem ler o que ele escreveu.

As características da hipótese silábica são:

– Aceitação de palavras com uma ou duas letras, mas ainda com uma certa hesitação. Algumas vezes, depois de escrever a palavra, coloca mais letras só para ficar “mais bonito”. Exemplo: UALXTO (uva);

– Possibilidade de convivência com a hipótese de quantidade mínima de letras por um bom tempo;

– Utilização de uma letra para cada palavra ao escrever uma frase;

– Falta de definição das categorias linguísticas (artigo, substantivo, verbo etc.).

– Maior precisão na correspondência som/letra, o que não ocorre necessariamente sempre. É frequente que numa frase algumas palavras sejam registradas com recorte silábico. O essencial da hipótese silábica é a sonorização da escrita, inexistente em fases anteriores.

Nível 4 – Silábico-alfabético

Por se tratar de uma hipótese intermediária, é mais uma vez um momento conflitante, pois a criança precisa negar a lógica do nível silábico. Ninguém consegue ler o que ela escreve e, nesse momento, ela se vê sem saída. Isso acontece principalmente quando ela usa só as vogais, porque a mesma combinação de letras serve para escrever uma porção de palavras. É justamente isso que pode indicar o caminho para o professor: propor atividades que levem a criança a observar a distância entre a sua escrita (AO) e a escrita do adulto (“sapo”). É o momento em que a criança começa a acrescentar letras, principalmente na primeira sílaba da palavra. Exemplo: TOAT (“tomate”).

Neste nível, o aprendiz está a um passo da escrita alfabética.

Nível 5 – Alfabético

Quando a criança reconstrói o sistema linguístico e compreende sua organização, ela transpõe a porta do mundo e das coisas escritas. Nesse momento, já consegue ler e expressar graficamente o que pensa ou fala.

Essa hipótese apresenta as seguintes características:

– Compreensão da logicidade da base alfabética da escrita. Exemplo: a criança sabe que os sons G e A são grafados GA e que T e O são grafados TO, e que, juntos, significam GATO.

– Conhecimento de todas ou de grande parte das letras, juntando-as para que se formem sílabas e palavras;

– Distinção entre letra, sílaba, palavra e frase. Às vezes, contudo, não se divide a frase convencionalmente, e sim de acordo com o ritmo frasal. Exemplo: omininu comidoci. (O menino come doce.)

É importante destacar que nesse momento a criança escreve foneticamente (faz a relação entre som e letra), mas não ortograficamente. O desafio agora, é caminhar em direção à convencionalidade, em direção à correção ortográfica e gramatical.

Valor sonoro convencional

Conhecer os valores sonoros é conhecer o nome da letra, saber o som, associá-lo à sua grafia e concluir, no decorrer do processo, que a junção de dois ou mais sons forma uma sílaba (pedaço falado) ou até uma palavra.

Duas vertentes desse processo podem ser manifestadas até que seja alcançada a fase alfabética: o valor sonoro quantitativo, no qual a criança percebe, por exemplo, que a palavra SAPO possui quatro letras, porém não consegue ainda relacionar as letras à fala e escreve a palavra utilizando quatro letras quaisquer; e o valor sonoro qualitativo, no qual a criança não consegue ainda perceber que a palavra SAPO possui quatro letras, mas a escreve utilizando suas vogais ou suas consoantes.

Exemplo: AO (SAPO) – fase silábica com valor sonoro de vogal.
SP (SAPO) – fase silábica com valor sonoro de consoante.

Ressalta-se que o tempo de transição de cada uma das fases do processo de alfabetização varia de criança para criança. Cabe ao professor propiciar constantemente situações que favoreçam o avanço dessas hipóteses e anotar o desenvolvimento de cada aluno dentro do processo. Por isso, uma metodologia de trabalho é apresentar todo o alfabeto e permitir que os alunos pensem, comparem, analisem textos e palavras para que percebam o funcionamento do sistema linguístico e possam compreender a relação entre fonemas e grafemas, analisando as partes (letras e palavras) no todo (texto) e o todo (texto) com suas partes (letras e palavras).

Sondagem das hipóteses de escrita

A melhor forma de acompanhar as hipóteses sobre a escrita das crianças é realizar, regularmente, sondagens.

A sondagem não é uma avaliação. É uma observação das características do pensamento dos alunos. O objetivo é verificar o nível de conhecimento real (pré-silábico, intermediário I, silábico, silábico-alfabético e alfabético), para poder planejar as atividades e acompanhar o desenvolvimento e progresso da criança.

Para realizar a sondagem, escolhe-se quatro ou oito palavras do mesmo campo semântico, isto é, do mesmo assunto: uma (ou duas) polissílaba, uma (ou duas) trissílaba, uma (ou duas) dissílaba e uma (ou duas) monossílaba, nessa ordem, além de uma (ou duas) frase (na qual apareça uma das palavras utilizadas ).

Exemplos:
1 – Campo semântico “comidas”: macarronada, salada, arroz, pão. Todo os dias eu como arroz e feijão.
2 – Campo semântico “brinquedos”: escorregador, balança, balde, pá. Os meninos gostam de brincar no escorregador.

Depois, entrega-se uma folha com linhas e pede-se que as crianças escrevam do jeito que souberem. É bom não dizer que é um ditado ou exercício, mas que é uma brincadeira de escrever. As palavras e frases devem ser pronunciadas inteiras, não silabadas.

É interessante solicitar que ao lado da palavra e frase seja feito o desenho, que servirá como índice de leitura. Quando o professor ou adulto encontra dificuldade para realizar a leitura da escrita da criança, é importante pedir para que ela leia, apontando as letras e sinais correspondentes à fala. A sondagem pode ser coletiva (facilita a organização do tempo) e/ou individual (o que permite enxergar a maneira de pensar da criança, à medida que escreve).

Outro elemento importante que pode servir como sondagem é a escrita de textos espontâneos (escrever uma história como souber). Nesse caso, a análise da escrita pode ser feita a partir dos seguintes parâmetros:
– não alfabético;
– nível silábico alfabético;
– alfabético.

A partir do material investigado em uma sondagem, pode-se refletir sobre o pensamento da criança. Isso permite a formação de grupos heterogêneos e propostas de atividades diversificadas que objetivem a desestruturação da hipótese provisória e da reelaboração de uma nova hipótese, caminhando para a apropriação da escrita convencional, culminando na reconstrução do código linguístico e tornando-se alfabético.

Ensino híbrido: o que é isso?!

Desde o início do século XXI, os diversos estudos e experiências sobre o uso de computadores nas escolas têm sido ampliados, com objetivo de observar os aspectos positivos e negativos, e inserir a comunidade educacional na mídia digital. Daí surgiram os laboratórios de informática, com o uso de softwares, visando ao desenvolvimento de habilidades e competências linguísticas, científicas, lógicas, visuais, musicais, etc. Aos poucos, as escolas introduziram tablets, ebooks, jogos, vídeos, objetos digitais, abordando conteúdos variados do planejamento curricular.

Atualmente, a educação no Brasil continua passando por grandes transformações, no campo da tecnologia; e uma delas se refere ao que denominamos “ensino híbrido”. É um termo que aparece nas pesquisas e notícias sobre educação. O que significa? Qual é o objetivo? Qual a contribuição para a melhoria da qualidade de ensino?

“Ensino híbrido” (blended learning, em inglês) é uma proposta de alternar diferentes formas e momentos de aprendizagem de conteúdos curriculares, em todos os níveis de ensino (infantil, fundamental, médio e superior). Há outras definições, mas de uma forma geral, significa a convergência de dois modelos educacionais: presencial e on-line, lembrando que o primeiro ocorre na sala de aula e o segundo utiliza as tecnologias digitais. Ambos têm como objetivo maior promover a aprendizagem!

O paradigma do “ensino híbrido” baseia-se no princípio do processo contínuo de ensino, aprendizagem e avalição, envolvendo professores e estudantes, e pode ocorrer em tempos e locais variados. Um aluno pode ler o texto impresso no livro didático, pode assistir a vídeos no youtube ou pesquisar no google, conseguindo uma ampliação e aprofundamento dos conceitos e definições. Por isso, hoje, a escola formal não é o único lugar onde ocorre a aprendizagem. A apropriação dos conhecimentos e saberes se dá dentro e fora da escola. Podemos afirmar que a sala de aula tradicional (lousa, mesas, cadeiras, carteiras, professores expositores etc.) e o ambiente virtual (laboratórios de informática, tablets, celulares etc.) estão se tornando complementares.

A sistemática do “ensino híbrido” mescla dois modelos, cujo objetivo maior é a construção de conhecimento.

On-line – o aluno geralmente estuda sozinho, usando ferramentas que podem registrar seus erros, seus acertos, correções, tempo de estudo, atividades, conteúdos etc. Possui controle sobre o tempo, local, modo, organização e ritmo de seu estudo. Pode utilizar, com autonomia, computador, tablet, celular, livro etc., na escola, em casa, na biblioteca, em lugares públicos.

Off-line – o aluno estuda em grupo, com professor e colegas, geralmente, na sala de aula, valorizando aprendizado colaborativo.

Há outras formas de aplicar o conceito de “ensino híbrido”, mas todas as práticas de aplicação passam pela necessidade de planejamento, por parte do educador e da instituição escolar, considerando os espaços físicos, os profissionais envolvidos e os equipamentos necessários e disponíveis. O mais importante é a consciência de que estamos em processo de formação de uma nova mentalidade e que a mudança de paradigma passa por uma transformação de alunos, pais e professores.

Sabemos que essa apropriação não é construída de uma hora para outra, mas se todos tiverem disponibilidade e postura aberta sobre as novas tecnologias, todos ganharemos uma melhoria de qualidade na educação integral das nossas crianças e jovens.

Acredito que é necessário acompanhar as pesquisas sobre esse assunto, conhecer as experiências de instituições inovadoras e se aprofundar em formas de aplicação, nas salas de aula, pois “ensino híbrido” já é uma realidade!

Nas próximas publicações, vamos comentar sobre as formas de implementação: modelo de rotação (individual e por estações,) laboratório rotacional e aula invertida.

Palestra: Reflexões sobre o processo de alfabetização de acordo com a base nacional curricular

Cadastro
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(xx) xxxxx-xxxx

A terceira versão da BNCC para os Ensinos Infantil e Fundamental foi divulgada no início de abril de 2017. O documento define os conhecimentos, as habilidades e as competências essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica, em escolas públicas e particulares de todo o país. Mas, para a implantação, há muitas dúvidas, apreensões e polêmicas. Uma questão que mais preocupa é que o documento prevê que todos os alunos estejam alfabetizados até o 2º ano do Ensino Fundamental.

Pensando neste questionamento, vimos oferecer para a sua instituição, a palestra: Reflexões sobre o processo de alfabetização de acordo com a base nacional curricular, com a professora Maria Fernandes.

Para conhecer a proposta e o currículo da palestrante, acesse:

www.professoramaria.com.br
contatos: maria@aprendendoportugues.com.br
contato@professoramaria.com.br
fone: (11) 999196738

Palestra: Reflexões sobre o processo de alfabetização de acordo com a base nacional curricular

Justificativa – A BNCC, publicada em abril de 2017, é um documento que vai nortear a programação curricular, nas escolas públicas e particulares. O texto aponta muitas novidades em relação à prática pedagógica de alfabetização e letramento, que vem sendo desenvolvida nos últimos 20 anos. Educadores precisam conhecer os objetivos de aprendizagem do processo de alfabetização, para fazer a implantação nas suas unidades escolares.

Objetivo – Discutir os itens teóricos sobre Alfabetização e Letramento da BNCC e capacitar professores, propondo uma prática metodológica para mediar o processo de aquisição da leitura e da escrita.

Público alvo – Professores, coordenadores e diretores do Ensino Fundamental I.

Carga horária – 4 horas

Temas a serem abordados:
– Conceito de Alfabetização e Letramento
– Histórico – do Construtivismo aos momentos atuais
– Objetivos de aprendizagem de Alfabetização e Letramento na BNCC.
– Sugestões de atividades que facilitam o processo de aquisição de leitura e escrita, visando atingir os objetivos nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental I.

 

Reflexão sobre a educação no Brasil

O mundo vive em uma constante evolução. Isso é um fato, como também é inerente a qualquer indivíduo, identificar e assimilar as mudanças que estão ao seu redor. Por conta disso, fomentamos a criatividade e criamos inovações para solucionar as dificuldades do dia a dia.

Sabemos que a educação é o maior agente de transformação de uma nação e, assim como o ser humano, ela tem de estar em constante evolução. Sabemos, também, que 15,2% das crianças brasileiras chegam aos oito anos sem estarem alfabetizadas e isso pode atrapalhar a aprendizagem do aluno em toda sua vida escolar.

O futuro do nosso país depende de uma educação forte, eficiente e democrática, onde o aprendizado possa chegar tanto para o aluno de grandes cidades como também, para o aluno de pequenos vilarejos, que tem na aprendizagem, uma esperança para melhorar sua condição e qualidade de vida.

Se o homem das cavernas demorou séculos para descobrir o fogo, atualmente, as crianças já nascem conectadas. Bebês que mal aprenderam a andar, já sabem destravar smartphones. Meninos e meninas que ontem descobriram as primeiras letras, hoje já estão postando no Facebook e compartilhando fotos no Instagram.

Diante desse cenário, no qual cada dia novas informações e conhecimentos são comuns, é inevitável o surgimento de um embate com o modelo de educação básica no Brasil, que há mais de meio século se mantém dentro das mesmas diretrizes, sem nenhuma evolução concreta.

Se há 60 anos já era um desafio da escola formal manter a atenção e o interesse de alunos que não tinham em mãos ferramentas que os dispersassem, hoje em dia, essa tarefa se tornou impossível, uma vez que a lousa e o giz competem com iPhones e Androids, recheados de aplicativos e jogos extremamente atrativos.

Diante desse cenário, é inevitável repensar o modelo de educação básica no Brasil, visando a introduzir, na sala de aula, a tecnologia digital que está no mundo letrado. A educação, hoje, precisa adquirir um novo formato, no qual a comunicação com professor, aluno e família esteja presente dentro e fora da escola formal.

A tecnologia pode e deve facilitar este trabalho, instigando a troca de informações e conhecimento, além de fornecer uma análise mais completa e precisa de cada aprendiz.

A educação deve trazer para as salas de aulas metodologias de ensino que utilizem das novas mídias, de objetos digitais, de jogos educativos e de integração reflexiva nas redes sociais.

Há um trabalho analítico e criativo que deve ser iniciado para se adaptar aos novos tempos, trazendo para as salas de aulas, ações pedagógicas que estimulem os alunos a interagir entre si e buscar o aprendizado de forma natural, lúdica e intuitiva. Um trabalho onde o aprendizado possa chegar tanto para o aluno, nas grandes cidades, como também para aluno nas áreas remotas. Um trabalho que considere a educação como o maior agente de transformação do mundo em que vivemos…

Seja bem-vindo ao meu blog!

Olá, sou a Professora Maria Fernandes.

Sou educadora há mais de 30 anos e atualmente, sou produtora e consultora de objetos digitais educacionais, autora e produtora de livros paradidáticos interativos, que associam a mídia impressa e digital.

Esse blog é um espaço dedicado a pais e educadores, que tem como objetivo discutir sobre a mudança de paradigma de ensino e aprendizagem, na era digital. O mundo todo está fervilhando com esse assunto. Há muitos projetos sendo concretizados.

No Brasil, fala-se em “ensino híbrido”, “aula invertida”, “games educacionais”

Vou escrever, noticiar e compartilhar notícias e novidades sobre o uso da tecnologia na educação.

Estou preparando vídeos e apresentações que vão ajudar pais e educadores na tarefa de melhorar a qualidade da aprendizagem das nossas crianças e dos nossos jovens.

Você está convidado a participar desse momento único que estamos vivendo.

Leia, acompanhe, compartilhe!