Ensino híbrido: o que é isso?!

Desde o início do século XXI, os diversos estudos e experiências sobre o uso de computadores nas escolas têm sido ampliados, com objetivo de observar os aspectos positivos e negativos, e inserir a comunidade educacional na mídia digital. Daí surgiram os laboratórios de informática, com o uso de softwares, visando ao desenvolvimento de habilidades e competências linguísticas, científicas, lógicas, visuais, musicais, etc. Aos poucos, as escolas introduziram tablets, ebooks, jogos, vídeos, objetos digitais, abordando conteúdos variados do planejamento curricular.

Atualmente, a educação no Brasil continua passando por grandes transformações, no campo da tecnologia; e uma delas se refere ao que denominamos “ensino híbrido”. É um termo que aparece nas pesquisas e notícias sobre educação. O que significa? Qual é o objetivo? Qual a contribuição para a melhoria da qualidade de ensino?

“Ensino híbrido” (blended learning, em inglês) é uma proposta de alternar diferentes formas e momentos de aprendizagem de conteúdos curriculares, em todos os níveis de ensino (infantil, fundamental, médio e superior). Há outras definições, mas de uma forma geral, significa a convergência de dois modelos educacionais: presencial e on-line, lembrando que o primeiro ocorre na sala de aula e o segundo utiliza as tecnologias digitais. Ambos têm como objetivo maior promover a aprendizagem!

O paradigma do “ensino híbrido” baseia-se no princípio do processo contínuo de ensino, aprendizagem e avalição, envolvendo professores e estudantes, e pode ocorrer em tempos e locais variados. Um aluno pode ler o texto impresso no livro didático, pode assistir a vídeos no youtube ou pesquisar no google, conseguindo uma ampliação e aprofundamento dos conceitos e definições. Por isso, hoje, a escola formal não é o único lugar onde ocorre a aprendizagem. A apropriação dos conhecimentos e saberes se dá dentro e fora da escola. Podemos afirmar que a sala de aula tradicional (lousa, mesas, cadeiras, carteiras, professores expositores etc.) e o ambiente virtual (laboratórios de informática, tablets, celulares etc.) estão se tornando complementares.

A sistemática do “ensino híbrido” mescla dois modelos, cujo objetivo maior é a construção de conhecimento.

On-line – o aluno geralmente estuda sozinho, usando ferramentas que podem registrar seus erros, seus acertos, correções, tempo de estudo, atividades, conteúdos etc. Possui controle sobre o tempo, local, modo, organização e ritmo de seu estudo. Pode utilizar, com autonomia, computador, tablet, celular, livro etc., na escola, em casa, na biblioteca, em lugares públicos.

Off-line – o aluno estuda em grupo, com professor e colegas, geralmente, na sala de aula, valorizando aprendizado colaborativo.

Há outras formas de aplicar o conceito de “ensino híbrido”, mas todas as práticas de aplicação passam pela necessidade de planejamento, por parte do educador e da instituição escolar, considerando os espaços físicos, os profissionais envolvidos e os equipamentos necessários e disponíveis. O mais importante é a consciência de que estamos em processo de formação de uma nova mentalidade e que a mudança de paradigma passa por uma transformação de alunos, pais e professores.

Sabemos que essa apropriação não é construída de uma hora para outra, mas se todos tiverem disponibilidade e postura aberta sobre as novas tecnologias, todos ganharemos uma melhoria de qualidade na educação integral das nossas crianças e jovens.

Acredito que é necessário acompanhar as pesquisas sobre esse assunto, conhecer as experiências de instituições inovadoras e se aprofundar em formas de aplicação, nas salas de aula, pois “ensino híbrido” já é uma realidade!

Nas próximas publicações, vamos comentar sobre as formas de implementação: modelo de rotação (individual e por estações,) laboratório rotacional e aula invertida.